Válter Canhita - O Válter Canhita é um Jovem de 28 anos, nascido e criado em Serpa que desde os 8 anos de idade está ligado ao desporto. Sou Licenciado em Protecção Civil, curso que finalizei em Fevereiro 2009. Presentemente, sou Oficial do Exercito onde exerço funções na Escola de Tropas Pára-quedistas.
AFF - O que o moveu a vir para a arbitragem, visto ter sido um jogador de futebol com alguma projecção no nosso distrito, que na última temporada no activo jogou inclusive nos nacionais.
VC - Bem, foi uma decisão difícil. Enquanto jogador, sempre soube das minhas capacidades e limitações, pelo que estabeleci as minhas metas e objectivos. Ganhei uma taça, um campeonato, tive no nacional. Cumpri os meus objectivos pessoais enquanto jogador, mas cheguei à conclusão que estava na hora de parar uma vez que os fins, não justificavam os meios. Posto isto decidi concentrar-me mais na minha vida profissional, finalizar os meus estudos no estrangeiro o que me levou ao abandono temporário da modalidade. Quando finalizei os estudos e com muita saudade, decidi voltar à modalidade. Encontrei na arbitragem, um espaço, um conjunto de pessoas e amigos, que me abriram as portas da família da arbitragem. Depois de muito pensar, de contrariar o meu pai, dizer que não a convites para jogar (embora o “bichinho” não saia), decidi arriscar e ver como me sentia do outro lado.
Gostei, senti-me apoiado, e cá estou para mais uma época.
AFF - Sabendo o que sabe hoje, se houvesse uma máquina do tempo que o permitisse voltar atrás, teria sido árbitro mais cedo?
VC - Bem, sou árbitro, gosto muito de o ser e vim para aqui sem qualquer interesse de maior, foi uma aventura. Se tinha vindo mais cedo? Sinceramente não sei, sei que teria sido mais tolerante com os árbitros quando jogava.
AFF - Que perspectivas de futuro tem na sua carreira individual e que metas se propõe a atingir?
VC - Bem, como sabe a minha idade não reverte muito a meu favor pelo que não estou muito preocupado com isso. Obviamente e já que aqui estou, o objectivos só poderão ser os de melhorar e aprender com os colegas mais experientes, dar o melhor de mim e fazer o melhor que posso e sei, só assim o futebol sairá beneficiado.
Assim que for possível, e é legitimo ter ambições, gostaria de chegar quem sabe ao nacional sabendo que é muito difícil devido à qualidade dos árbitros no nosso distrito.
AFF - A arbitragem distrital está de boa saúde?
VC - Muito sinceramente parece-me que sim. Se me perguntar se há coisas a melhorar, obviamente que sim, mas parece-me a mim que a arbitragem tem trazido mais soluções do que problemas ao Futebol Distrital.
AFF - Concorda com a introdução das novas tecnologias no futebol para diminuir os erros dos árbitros?
VC - Sou obrigado a concordar não é?! Resumindo é assim, concordo desde que devidamente regulamentadas. Penso que não se pode parar um jogo a toda a hora para ver se o A ou o AA errou uma decisão. Tem de ser muito bem pensado, regulamentado, para que a equipa de arbitragem não fique fragilizada durante o jogo.
Aparte disso não nos podemos esquecer que vem mexer com “muita coisa”.
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