Albano Fialho - Depois de alguns anos ligado ao hóquei em patins, onde fui árbitro e onde tirei o curso de treinador, fui conhecer a arbitragem distrital de futebol 11, decorria o ano de 1982. No curso de candidatos dado com algum entusiasmo pelo Teixeira Correia, foi o suficiente para me cativar. Cedo tive os primeiros contactos com a direcção de um jogo e de forma rápida cheguei à 1ª categoria distrital, onde em quatro épocas consecutivas fui o 2º classificado. Depois dada a forma de gestão da arbitragem optei por sair.
O então Presidente do Conselho de Arbitragem, José Mourão endereçou-me um convite para delegado técnico (hoje observador) o qual aceitei e deste então passei pelos quadros da FPF, onde estive 11 anos na 2ª categoria como hoje é conhecido e cheguei à 1º categoria que dá acesso à LPFP, onde estou há 7 épocas. Pelo meio acabei por participar num curso de monitores de arbitragem, e mais tarde acabei por fazer o curso de instrutor da FPF.
AFF - Foi promovido há sete anos atrás aos campeonatos profissionais como Observador de Futebol de 11. A excelente classificação desta época correspondeu às suas expectativas? O que lhe falta conquistar?
AF - Mais do que a classificação que também é importante, é o dever de missão cumprida e esta época correu dentro da normalidade. Nas funções que desempenho dentro da estrutura da arbitragem, tento sempre adquirir mais conhecimento, como aconteceu no passado mês de Março, num curso de instrutores da FIFA onde participei, para que possa dar toda a minha colaboração à arbitragem, onde não pretendo conquistar mais nada para além da consideração e amizade que tenho por todos que integram essa mesma arbitragem, quer a nível distrital, quer a nível nacional.
AFF - Considera estar a arbitragem distrital de boa saúde?
AF - Certamente que ainda não estão reunidas as condições necessárias e ideais para a arbitragem distrital, mas muitas coisas boas tem sido feitas ao longo dos últimos anos. Não podemos constantemente estar com a desculpa fácil de dizer que não existem condições, pois estamos a fugir à verdade. Daí que se houver empenho de todos algumas fragilidades podem ser ultrapassadas. Houve um salto qualitativo com a chegada do José Soeiro à arbitragem distrital, ele que não tinha conhecimento nesta área, acabou por se tornar uma mais valia e conseguiu acima de tudo trazer uma nova forma de estar no panorama distrital em termos de arbitragem.
AFF - Concorda com a introdução das novas tecnologias no futebol para evitar alguns erros dos árbitros?
AF - Em determinadas situações, como é o caso da bola ultrapassar ou não a linha de baliza , entre os postes e por baixo da barra, poderia ser importante, nos restantes casos não será tanto assim, até porque marcar ou não marcar uma determinada infracção, não é sinónimo de sucesso do executante.
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