sexta-feira, 25 de junho de 2010

Entrevista a Dinis Gorjão

AFF - Diga-nos quem é o Dinis Gorjão por detrás do apito.
Dinis Gorjão - O Dinis é um rapaz que está a poucos dias de fazer 25 anos, profissionalmente sou 2º Furriel do Exército, estudei Animação Sociocultural na ESE - IPBeja, sou Escoteiro no grupo 234 - Beja (http://aepbeja.blogspot.com), quem me conhece sabe que sou completamente viciado em futebol e que é raro passar um dia sem fazer desporto. E pouco mais há de relevante para ser dito, o resto dirá quem me conhece.

AFF - Chegou teenager à arbitragem, numa altura em que ainda o sector não estava tão rejuvenescido, era um sonho, ou veio cá calhar por acaso?
D.G. - Quis tirar o curso de árbitro aos 14 anos e não me deixaram, disseram-me que só era possível aos 16, e lá voltei assim que os fiz em 2001. Tirei o curso, dado pelo Luís Lameira e Manuel Costa, com muito entusiasmo e objectivo de tão cedo quanto possível iniciar por aí em qualquer pelado. Queria ser árbitro a todo o custo, já o era no desporto escolar, ninguém queria arbitrar, e eu arbitrava os jogos todos das 2h as 6h da tarde todas as 4ªs feiras. Tinha uns cartões do Restaurante O Árbitro. E quando comprei umas botas de futebol na antiga loja do Veiga Trigo ele deu-me um apito daqueles bem antigos com bola la dentro e tudo.
Na altura que entrei na arbitragem a maior parte eram "velhos" com idade para serem meus pais. Enfim, vivia-se outra atmosfera mais saudável, pois não havia tanta competição. Recordo os primeiros tempos com saudade, os jogos com o Jaime, com o Teodósio, o Vidonho, o Estrela, o Cristóvão, o Chico Pardal, o Marcelino, o Virgolino, etc. À tarde juntavamo-nos todos para o petisco e embora mais jovem senti-me sempre integrado com os "velhos do restelo". Ainda hoje sei a maior parte das estórias deles de cor, pois ouvia-os atentamente.

AFF - Conseguiu ser promovido em 2007 aos quadros nacionais, mas foi uma passagem breve, ficou amargurado?
D.G. - Amargurado não é a palavra certa. Desapontado e com orgulho ferido sim. Fiquei contente pela performance alcançada, pelo bom trabalho desenvolvido, por onde ter passado poder ter deixado bom nome, fiz boas arbitragens e as pessoas ficaram surpreendidas com a minha descida. Eu não fiquei surpreendido pois em Outubro dessa época já assim estava condenado. Enfim é a conjuntura deste hobbie. Somos avaliados po quem de direito, e se não enchemos as medidas num ou noutro jogo o sonho acaba.
Pensei sinceramente no ponto final, pois não me revia no modo como as coisas se consumaram. Mas a última imagem é que fica e não quis sair com a imagem de perdedor. Fiz a travessia do deserto e aqui estou eu preparado para agarrar uma 2ª oportunidade com todas as minhas forças.
Como em tudo na vida devemos retirar ilações e chegar a conclusões. O que não foi capaz de me abater concerteza teve que me endurecer, e é assim que agora me sinto, rejuvenescido e aguerrido para aproveitar.

AFF - Para a próxima época o que vai mudar na sua preparação? Já sabe que assistentes vai levar?
D.G. - Em termos físicos é só reforçar o que até aqui sempre fiz, estar sempre a 100%. Teoricamente, estudar mais, ficar sempre actualizado. Vou estar a partir da proxima semana a trabalhar em lisboa, daí que vou tentar treinar num dos centros de treino que existem na zona e aí optimizar tudo isto, será uma oportunidade importante. Em todos os aspectos e pormenores podemos sempre procurar melhorar.
Em termos de assistentes vou ficar com o Jorge Aniceto, que é do Quadro Nacional, e com o Válter Canhita, que ficou em 1º na 2ª Distrital. Em caso de impossibilidade avança o David Tripa.

AFF - Foi um dos pioneiros com os blogs da arbitragem, o que diz a este que agora dá os primeiros passos?
D.G. - Digo em 1º lugar que me tem obrigado a inumeros desmentidos "não, não sou eu o autor do novo blog", daí que preferia que se identificasse! À parte disso está óptimo. Fiquei radiante com o aparecimento de um sucessor, e até agora está a cumprir as expectativas criadas. Continue assim com toda a genica e motivação e ajudá-lo-ei em tudo o que me for possivel. Disponha. 

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